Na última sexta-feira, o presidente Lula lançou mais uma de suas falácias, ao afirmar que o “problema do Brasil são os ricos”. Segundo ele, os pobres, enquanto trabalharem e consumirem, estarão movimentando a economia. A declaração do petista foi feita durante a entrega do Complexo Viário da Scharlau, em São Leopoldo.

No entanto, ao contrário do que Lula afirma, ele e demais políticos são o verdadeiro problema.

A falácia de Lula contra os ricos

Durante a entrega do Complexo Viário da Scharlau, em São Leopoldo (RS), o presidente Lula fez a seguinte declaração:

“O problema do Brasil não é o povo pobre, trabalhador. O problema do Brasil são os ricos, porque o pobre, se estiver consumindo, a economia vai para frente e todo mundo vai viver bem nesse país”.

E continuou:

“O milagre nosso é distribuir e fazer o dinheiro circular. Dinheiro parado só interessa banqueiro e especulador”.

As duas citações expõem a completa ignorância econômica de Lula (e essa não é a primeira vez). De toda forma, sendo um político, Lula não possui nenhum incentivo para entender corretamente a economia e levar esclarecimentos sobre ela para o público. Seu único interesse é se manter no poder e usufruir de todos os privilégios que ele pode lhe dar.

No entanto, não posso deixar tais falácias passarem sem resposta. Se lutamos pela causa da liberdade, toda mentira usada para sustentar a tirania estatal deve ser derrubada.

Antes de mais nada, Lula já inicia seu discurso de forma completamente equivocada, evocando a velha falácia keynesiana de que o consumo por si só movimenta a economia.

É verdade que a economia lida com a alocação de recursos para satisfação dos fins mais urgentes dos indivíduos. No entanto, não se pode ignorar o que é necessário para garantir que as demandas dos indivíduos sejam atendidas. E isso só é possível por meio da produção de bens, que por sua vez só são possíveis graças à poupança.

A necessidade da poupança

Dada a escassez de recursos, os indivíduos se veem obrigados a alocar os recursos para os fins mais urgentes. E isso os obriga a deixar de consumir algumas coisas em detrimento de outras, tornando os recursos que poderiam ser alocados em tal fim para outro mais urgente. É nisso que consiste a poupança.

Ela tanto pode ser feita poupando diretamente os insumos, quando um agricultor autônomo, por exemplo, decide abrir mão da venda de determinados grãos para replantá-los, acreditando que isso será mais vantajoso. Ou pode fazer isso diretamente, deixando de consumir determinados bens agora, guardando seu dinheiro para produtos e serviços que considera mais vantajosos, ou até mesmo abrindo uma poupança.

De toda forma, em ambos os casos, o indivíduo estará alocando seus recursos (dinheiro ou grãos) nos fins que ele julga mais importantes. Lembrando que ele só conseguiria atingir tais fins por meio da poupança de tais recursos.

Como na economia de mercado a forma mais comum de poupança é por meio do dinheiro, é nesta que irei me concentrar.

Ao deixar de consumir determinados bens, preferindo guardar o seu dinheiro ou deixando-o na poupança, o indivíduo estará sinalizando ao mercado que não quer mais aquele bem do qual ele abriu mão. Com isso, a queda nas vendas de tal produto será reduzida ou até mesmo encerrada.

Com isso, mais recursos serão liberados para a produção de outros produtos mais demandados pelos consumidores. Em resumo, sem a poupança, a produção dos produtos mais demandados pelos consumidores, inclusive em maior oferta e menores preços, não seria possível. Daí a sua importância.

Quando o estado atrapalha

Este importante processo é totalmente distorcido quando o estado entra em cena. Ao expandir a oferta monetária e baixar artificialmente a taxa de juros, falsos sinais são enviados aos empreendedores e investidores, que passam a ver empreendimentos que seriam inviáveis na ausência de poupança como viáveis.

Isso leva a maus investimentos que passam a drenar os poucos recursos disponíveis no mercado. Enquanto isso, o novo dinheiro recém-impresso chega aos primeiros recebedores que irão gastar o novo dinheiro antes mesmo de haver um aumento na oferta de bens no mercado.

E aí dois problemas surgem: como os poucos recursos escassos estão sendo drenados pelos maus investimentos, há uma escassez de recursos para a produção de mais bens no mercado para atender a nova demanda. Estes mesmos bens tiveram seus preços elevados devido ao aumento da demanda dos novos recebedores.

Com isso, os últimos recebedores terão que enfrentar preços mais altos de produtos agora mais escassos. E é a partir daí que surge o aumento de preços seguido da expansão da oferta monetária feita pelo estado, o que é erroneamente chamado de “inflação” (sendo que a expansão da oferta monetária é a verdadeira inflação, enquanto a alta dos preços é apenas sua consequência).

No entanto, isso não pode ser mantido indefinidamente, já que em um dado momento o aumento dos preços dos bens mais urgentes obrigará o público a destinar o seu dinheiro na compra de tais bens, o que reduzirá o consumo dos bens e serviços advindos dos maus investimentos, o que poderá levar a liquidação destes.

Se o estado não interferir neste processo, os maus investimentos após sua liquidação irão liberar recursos para a produção dos bens e serviços mais urgentes, o que por sua vez levará a uma maior oferta e, devido à concorrência, também haverá uma redução dos seus preços.

Óbvio que, em geral, o estado interfere em tal processo, gerando ciclos econômicos.

(Para entender a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, clique aqui)

A importância dos ricos

Ao contrário do que Lula afirma, os mais ricos são importantes para o verdadeiro movimento da economia. Aqueles que enriqueceram e enriquecem de forma honesta só conseguem manter sua alta renda produzindo os melhores bens com melhores preços.

Seus empreendimentos também geram mais empregos. Além disso, sua poupança, por ser maior, permite novos empreendimentos que levam à produção de uma maior oferta de bens e serviços para o público.

Todos os indivíduos que empreendem e poupam têm sua importância para a economia. Mas é inegável que indivíduos de maior renda causam um impacto maior ao fazer isso.

O verdadeiro problema

Ao contrário do que Lula afirma, ele e os demais políticos são o verdadeiro problema. Além de expropriar a população via impostos, eles são os causadores da inflação e ciclos econômicos que empobrecem a sociedade.


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