Segundo reportagem recente do jornal The Guardian, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão utilizando inteligência artificial para selecionar alvos para bombardeio em Gaza. Após a guerra de 11 dias em maio de 2021, as autoridades disseram que Israel havia travado sua primeira guerra de IA. O atual conflito integra os aprendizados de operações passadas.
Os sistemas de apoio à decisão baseados em IA para a definição de alvos normalmente analisam grandes conjuntos de informações de diversas fontes, como filmagens de drones, comunicações interceptadas, dados de vigilância e informações extraídas do monitoramento dos movimentos e padrões de comportamento de indivíduos e grupos.
A inteligência artificial de Israel, denominada “Gospel”, produz recomendações automatizadas de alvos a serem atacados, como as residências particulares de indivíduos suspeitos de serem membros do Hamas ou da Jihad Islâmica. O sistema Gospel desempenha um papel fundamental na criação de listas de indivíduos autorizados a serem assassinados.
Fontes familiarizadas com a forma como os sistemas baseados em IA foram integrados às operações da IDF disseram que essas ferramentas aceleraram significativamente o processo de criação de alvos. Cada alvo, segundo eles, possui um arquivo contendo uma pontuação de danos colaterais que estipula quantos civis provavelmente serão mortos no ataque.
O Gospel permite que a IDF administre uma fábrica de assassinatos em massa focada na quantidade. Ao confiar em ferramentas e IA, o comandante recebe uma lista de alvos gerada por um computador sem saber necessariamente como ela foi criada.
Conforme os números divulgados pela IDF em novembro, durante os primeiros 35 dias de guerra, Israel atacou três vezes mais alvos no território que na guerra de 2014, que durou 51 dias. Segundo o ministério da saúde em Gaza, administrada pelo Hamas, o atual conflito já matou mais de 15.000 pessoas no território.