Em sua coluna no UOL, o jornalista esquerdista Leonardo Sakamoto, comemorou o ajuste do salário mínimo feito por Lula, de R$ 1320 para R$ 1412, previsto para 2024. Em sua coluna, Sakamoto chegou a afirmar que com o novo ajuste já é possível comprar a picanha e a cerveja que o petista prometeu em sua campanha eleitoral em 2022.

O comunista colunista também comemorou a retomada dos “valorização” do salário mínimo, com o piso voltando a ser reajustado pela inflação do ano anterior através do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Como explicado em um artigo que escrevi nesse site, tal medida é apenas uma tentativa do estado de minimizar os efeitos econômicos nocivos que ele mesmo cria. E ainda muito aquém do que seria em uma economia verdadeiramente livre.

Ainda sobre a picanha, Sakamoto comenta que o item teve uma redução de 13,06% sob o governo Lula, tentando atribuir tal feito ao presidente petista. No entanto, Sakamoto parece ignorar convenientemente dois pontos importantes:

  • não estamos mais sob paralisação da economia imposta pela estado durante a pandemia, o que levou a uma retomada da normalidade da atividade econômica.
  • o principal importador de carne do Brasil, a China, suspendeu nos primeiros anos do ano a importação de carnes do país. Isso levou a um impacto no preço devido ao aumento de oferta interna e concorrência interna entre as empresas.

Sakamoto também tenta vender a velha imagem de “pai dos pobres” atribuída Lula, afirmando que ele está cumprindo o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federa, que prevê:

“que o salário mínimo deve ser capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim”.

Óbvio que como já dito, Sakamoto ignora que o salário mínimo imposto pelo estado gera uma série de consequências econômicas nocivas, como comprometimento dos recursos que o empresário poderá alocar em sua produção, assim como sua capacidade de investir em inovação e até de contratar novos funcionários.

E isso é mais verdade ainda para as empresas de menor porte e que possuem menor rentabilidade.

Além disso, tal medida encarece os custos de contratação, tornando mais caro aos olhos dos empregadores contratarem trabalhadores menos produtivos. E são justamente este grupo, formado principalmente por pessoas de menor qualificação profissional e menor experiência, os que têm maior dificuldade em conseguir emprego.

Segundo dados do IBGE, o índice de jovens entre 14 e 24 anos fora do mercado de trabalho ainda permanece acima dos níveis pré-pandemia. O que Nakamato e outros socialistas esquecem é que leis trabalhistas não garantem emprego e não fazem com que a riqueza surja magicamente.

E para completar, Nakamoto ainda veio com aquele “estudo” bastante falacioso de que o salário mínimo teria que ser de R$ 6.294,71, segundo cálculo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para novembro.

Bom, o nome “intersindical” já entrega de cara o viés ideológico da instituição, já que a praticamente todos os sindicatos hoje são inerentemente socialistas. E como bons socialistas, são expers em distribuir riqueza (ou ao menos pensam isso), mas ignoram como a riqueza é gerada e qual o real motivo do atual custo de vida.

Primeiramente, como já foi dito, o aumento do salário mínimo cria barreiras de entrada no mercado de trabalho para os menos produtivos. Um aumento do salário mínimo de R$ 1412 para R$ 6.294,71 então iria deixar muitos dos que estão agora empregados, desempregados. Além de levar diversas empresas (principalmente de pequeno porte) à falência.

E em segundo lugar, Nakamoto ignora ( provavelmente de propósito) que o ajuste do salário mínimo é apenas uma tentativa do governo em remediar um mal causado por ele mesmo, a inflação. Ao causar a inflação por meio da expansão da moeda e consequentemente o Efeito Cantilon, o estado cria distorções no mercado e nos preços, que acabam atingindo os últimos recebedores do dinheiro recém impresso e sem lastro real na riqueza, principalmente aposentados, assalariados e outros recebedores de renda fixa.

(Para entender como o estado te empobrece via inflação, leia este artigo).

E para finalizar, sobre a picanha e a cerveja, a questão é: por quanto tempo os assalariados poderão comprá-la até que a inflação corroa seu poder de compra novamente? Isso se não acontecer antes disso.

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